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antonio_francisco_nogueira.pdf | |
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Na Quinta do Salgueiral se geraria o primogénito dos Nogueira Ramos, José Nogueira Ramos, que tem como único descendente da oitava geração, Leonor, presentemente com 5 anos de idade.
Contribuíram para a sociedade nas áreas da Docência (secundária, universitária e artística) e da Investigação Científica e Histórica; das Letras, do Teatro, do Cinema e da Pintura; do Turismo, da Educação Física e do Apoio Social; da Arquitectura e da Sociologia; do Notariado e da Advocacia; da Engenharia (agronómica, civil, electrotécnica, mecânica), da Matemática, da Medicina, da Terapia da Fala e da Economia e Finanças; da Informática e da Gestão do Património e de Empresas, da Administração Bancária e Pública em geral.
Contribuíram para a sociedade nas áreas da Docência (secundária, universitária e artística) e da Investigação Científica e Histórica; das Letras, do Teatro, do Cinema e da Pintura; do Turismo, da Educação Física e do Apoio Social; da Arquitectura e da Sociologia; do Notariado e da Advocacia; da Engenharia (agronómica, civil, electrotécnica, mecânica), da Matemática, da Medicina, da Terapia da Fala e da Economia e Finanças; da Informática e da Gestão do Património e de Empresas, da Administração Bancária e Pública em geral.
AS TRÊS PRIMEIRAS GERAÇÕES
José Nogueira Ramos
(1814 - 1891)
Foi em José que se instituiu o apelido Nogueira Ramos.
Conforme era costume da época, aos neófitos era-lhes dado apenas um apelido, patronímico (por vezes às mulheres, o de sua mãe). O José foi registado já com dois, Nogueira Ramos, marcando assim a transição para a pluralidade de apelidos. Curiosamente o matronímico, Ramos, foi colocado em último lugar, e não o patronímico, como era uso; provavelmente, e entrando-se no campo das suposições, teria sido apenas José Nogueira, a que foi acrescentado o apelido da mãe, para se distinguir de um eventual homónimo.
Registe-se o facto de ele ser conhecido na sociedade local também por José Ramos Nogueira, com a ordem tradicional de apelidos. Isso verifica-se tanto em documentos particulares como em actas da Câmara Municipal, onde frequentemente é referido o seu apelido nas duas maneiras. Mas, oficialmente, ele seria Nogueira Ramos e, assim, o primeiro de uma linhagem que se manteria até ao momento presente.
Nasceu a 05.02.1814, em Góis, e ali casou a 08.07.1835 com Joaquina Tereza das Dores (n. 02.06.1812 e f. em Góis a 02.05.1881). Ao que se sabe, não terá tido irmãos.
Foi vereador em vários mandatos, tendo sido Presidente da Câmara Municipal de Góis em 1881, escolhido pelos seus pares (de acordo com o Código Civil vigente na época, o presidente era eleito anualmente de entre os vereadores, por sua vez eleitos pelo voto popular de quatro em quatro anos). Por mais três gerações, e até à implantação da III Repúblca, a cadeira da Presidência da Câmara Municipal seria ocupada por descendentes directos (os seus filho Manuel, neto Mário e bisneto Rui Manuel).
Faleceu em Góis a 15.09.1891, tendo tido três filhos, nascidos em Góis:
Conforme era costume da época, aos neófitos era-lhes dado apenas um apelido, patronímico (por vezes às mulheres, o de sua mãe). O José foi registado já com dois, Nogueira Ramos, marcando assim a transição para a pluralidade de apelidos. Curiosamente o matronímico, Ramos, foi colocado em último lugar, e não o patronímico, como era uso; provavelmente, e entrando-se no campo das suposições, teria sido apenas José Nogueira, a que foi acrescentado o apelido da mãe, para se distinguir de um eventual homónimo.
Registe-se o facto de ele ser conhecido na sociedade local também por José Ramos Nogueira, com a ordem tradicional de apelidos. Isso verifica-se tanto em documentos particulares como em actas da Câmara Municipal, onde frequentemente é referido o seu apelido nas duas maneiras. Mas, oficialmente, ele seria Nogueira Ramos e, assim, o primeiro de uma linhagem que se manteria até ao momento presente.
Nasceu a 05.02.1814, em Góis, e ali casou a 08.07.1835 com Joaquina Tereza das Dores (n. 02.06.1812 e f. em Góis a 02.05.1881). Ao que se sabe, não terá tido irmãos.
Foi vereador em vários mandatos, tendo sido Presidente da Câmara Municipal de Góis em 1881, escolhido pelos seus pares (de acordo com o Código Civil vigente na época, o presidente era eleito anualmente de entre os vereadores, por sua vez eleitos pelo voto popular de quatro em quatro anos). Por mais três gerações, e até à implantação da III Repúblca, a cadeira da Presidência da Câmara Municipal seria ocupada por descendentes directos (os seus filho Manuel, neto Mário e bisneto Rui Manuel).
Faleceu em Góis a 15.09.1891, tendo tido três filhos, nascidos em Góis:
(1) José Ramos Nogueira (1836-1903), que casou com Matilde Amélia de Paula, de Lisboa, e, pela sua filha Zara Zélia de Paula Nogueira (casada com Manuel da Fonseca Maia Aguiar, proprietário no Teixoso-Fundão), originou o ramo Maia Campos, ligado a Góis (não o ramo Paula Nogueira, que abaixo é referido). Mais informações aqui.
(3) Maria José Augusta (1840-1884), que casou com Manuel Inácio Dias, de Serpins, e, pelos seus filhos, originou os ramos Nogueira Dias, Dias Nogueira e Paula Nogueira, ligados a Góis. (2) Manuel Nogueira Ramos, por quem seguiria o ramo Nogueira Ramos. Sua irmã Laura (1880-1893) faleceria em Góis, no dia em que completava 13 anos de idade. |
Manuel Nogueira Ramos
(1837 - 1910)
(1837 - 1910)
Nasce em Góis, na Quinta do Salgueiral, a 28.03.1837, filho de José Nogueira Ramos, de Góis, e de Joaquina Teresa das Dores.
Casa com Maria José Fernandes Dias (1850-1917), de Góis, filha de José Fernandes Antunes de Carvalho e de Joana Maria Dias.
De origem modesta, eleva-se ao nível das mais prestigiadas famílias locais, respeitado pelas suas faculdades de trabalho e seu trato social.
Depois de ter trabalhado na vida comercial, dedica-se ao labor agrícola, vindo a constituir uma das maiores Casas agrícolas da região, repartida dentro e fora do concelho de Góis. Adquire a Quinta da Capela, onde em jovem fora feitor, a Francisco Barreto Chichorro de Vilas Boas, local que se torna o centro da sua vida. Ali tem a sua queijaria, com a qual obteria um prémio a nível nacional: a revista ilustrada "O Ocidente”, em vários números do ano 1905, relatando o Congresso de Leitaria e Olivicultura, pela Real Associação Central da Agricultura Portuguesa, acompanhado de uma exposição nacional de produtos, gados e maquinaria, na Real Tapada da Ajuda, em Lisboa, informa que, entre os expositores, seria distinguido Manuel Nogueira Ramos, com um Prémio de Honra em “Queijos”.
Numa das suas casas na Praça da República da vila, seriam instalados os actuais Paços do Concelho.
Chefia o Partido Regenerador, que, no rotativismo da monarquia constitucional, alternava com o Partido Progressista, tendo acompanhado a corrente de Hintze Ribeiro, da ala conservadora, que na "crise de 1900", fraccionou o partido em dois.
Foi Presidente da Câmara Municipal de Góis, nos períodos 1884-1886 e 1898-1901. Vereador em vários mandatos e Administrador do Concelho.
Morre em 22.08.1910, com 73 anos de idade. Nessa altura, o jornal regional A Comarca de Arganil dedica-lhe toda a sua primeira página e dele respigamos algumas palavras:
Casa com Maria José Fernandes Dias (1850-1917), de Góis, filha de José Fernandes Antunes de Carvalho e de Joana Maria Dias.
De origem modesta, eleva-se ao nível das mais prestigiadas famílias locais, respeitado pelas suas faculdades de trabalho e seu trato social.
Depois de ter trabalhado na vida comercial, dedica-se ao labor agrícola, vindo a constituir uma das maiores Casas agrícolas da região, repartida dentro e fora do concelho de Góis. Adquire a Quinta da Capela, onde em jovem fora feitor, a Francisco Barreto Chichorro de Vilas Boas, local que se torna o centro da sua vida. Ali tem a sua queijaria, com a qual obteria um prémio a nível nacional: a revista ilustrada "O Ocidente”, em vários números do ano 1905, relatando o Congresso de Leitaria e Olivicultura, pela Real Associação Central da Agricultura Portuguesa, acompanhado de uma exposição nacional de produtos, gados e maquinaria, na Real Tapada da Ajuda, em Lisboa, informa que, entre os expositores, seria distinguido Manuel Nogueira Ramos, com um Prémio de Honra em “Queijos”.
Numa das suas casas na Praça da República da vila, seriam instalados os actuais Paços do Concelho.
Chefia o Partido Regenerador, que, no rotativismo da monarquia constitucional, alternava com o Partido Progressista, tendo acompanhado a corrente de Hintze Ribeiro, da ala conservadora, que na "crise de 1900", fraccionou o partido em dois.
Foi Presidente da Câmara Municipal de Góis, nos períodos 1884-1886 e 1898-1901. Vereador em vários mandatos e Administrador do Concelho.
Morre em 22.08.1910, com 73 anos de idade. Nessa altura, o jornal regional A Comarca de Arganil dedica-lhe toda a sua primeira página e dele respigamos algumas palavras:
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«Era um tipo inconfundível o sr. Manuel Nogueira Ramos! Quem o visse uma vez, jamais lhe esqueceria o perfil. Foi isto o que se deu connosco, a primeira vez que nos ofereceu a sua casa, poucos dias volvidos depois da nossa colocação nesta região da Beira. Tocou-nos e impressionou-nos admiravelmente o ar forte do fazendeiro abastado, que a natureza fizera fidalgo, no porte desempenado e na galhardia das maneiras. Barbas como as dele não conhecíamos nenhumas, e se as comparávamos, tínhamos de invocar as tradições bíblicas, que apresentam iguais às dos antigos patriarcas (…). De estatura elevada, com traço forte no semblante que transpirava bondade, afável no trato com todos, correcto nas suas maneiras, anedotista espirituoso, com uma finura maliciosa, que é a “verbe” [sic] dos franceses, lavrador dos maiores, senão o maior da região, Manuel Nogueira Ramos exercia uma indisputável preponderância no seu concelho (…) Góis tinha por ele um verdadeiro culto de respeito e admiração, considerava-o como seu pergaminho de honra e trabalho, que para si conquistara nas rudes lides de fazendeiro (…)»
Mário Fernandes Nogueira Ramos
(1877 - 1938)
Nasce em Góis a 14.08.1877, filho de Manuel Nogueira Ramos e Maria José Fernandes Dias, ambos naturais de Góis.
Em muitos aspectos, seria a antítese de seu pai. A actividade agrícola não o seduz, dando primazia à vida académica, ao foro, à política. A terra e administração de propriedades são secundarizadas. Com ele faz-se a transição dos Nogueira Ramos do meio rural para o urbano e, com isso, a decadência patrimonial da Casa familiar.
De forte personalidade, carismático, autoritário, deixa marcas por onde exerceu a sua actividade, travando polémicas acaloradas, num meio muito politizado, como era o da região de Góis.
Faz estudos em Coimbra, terminando a licenciatura em Direito em 1901, seguindo a carreira da advocacia. É Delegado do Procurador Régio em Tábua (1909).
Monárquico convicto, é figura em evidência sobretudo nos primeiros tempos da República, no turbilhão político que então reinava no país, chegando a estar preso, embora por poucos dias, em Julho de 1911.
Tendo falecido seu pai no agonizar da monarquia, a poucas semanas do 5 de Outubro, e herdando, então como filho único, um grande património, não ocupa lugares na vida política local. Em Góis constituem-se várias correntes políticas (eram proibidos partidos monárquicos), não faltando os “adesivos”, antigos monárquicos agora republicanos, os “talassas”, e uma série de arrivistas republicanos. Não havia ali espaço para ele.
Contudo Mário Ramos vem a ser Presidente da Comissão Executiva e depois Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, em 1918-1919, aquando da ditadura militar sidonista. Sidónio Pais, cinco anos mais velho, republicano tardio, fora seu contemporâneo na Universidade de Coimbra (doutorou-se em Matemática em 1898 e ali foi professor, chegando a catedrático e vice-reitor, até à implantação da República) e provavelmente das suas relações pessoais. Preceitos militares e autoritários deviam certamente aproximá-los. Antes, em Janeiro de 1915, vemos Mário Ramos em Coimbra, como tenente de cavalaria, entregar a sua espada ao general de divisão e “declarar-se solidário aos seus camaradas”. Estaria ele envolvido com o pronunciamento militar então em marcha, com o exército disposto a tomar o poder, agrupando monárquicos e militares descontentes, e que levaria à conspiração de Sidónio?
Mantém relações de amizade com figuras de destaque dos meios forenses e políticos, mesmo de campos políticos opostos, como foi com Manuel de Arriaga, primeiro Presidente da República e destacado membro da geração doutrinária do republicanismo português (“…elevado à Presidência, perdemo-nos de vista […] isso não abalou a sua indignação amiga ao saber-me inexplicavelmente preso e impedido de intervir no agravo, pela natureza das suas funções…” – Diário de Coimbra, 3.2.1923).
Passado o período do final da guerra e seus dissabores, depois com a segurança das instituições entregues aos militares, e, por outro lado, perdido em parte o fulgor da sua juventude, Mário Ramos refugia-se no estudo de temas de desenvolvimento regional e problemas da sociedade, sendo colunista, por vezes jocoso, no principal diário do centro, sem deixar a advocacia.
É eleito senador, em 1922, em representação do círculo de Arganil.
Foi um dos impulsionadores dos Congressos Beirões, onde apresenta teses, algumas editadas, tais como “Linhos” (1928) e “Aproveitamento piscícola dos rios das Beiras”.
Seu filho Mário refere que o pai elaborara um grande trabalho manuscrito sobre a economia do concelho, mas ignora-se o seu paradeiro.
É colaborador assíduo do “Diário de Coimbra”, com realce nos anos 1931 e 1932, em editoriais e em coluna sua intitulada “Esboços”, com os pseudónimos Políbio e Somar, abordando o regionalismo, política e aspectos da sociedade. De referir que, na época, sua mulher Ângela também escreve no mesmo jornal, acoberta com o pseudónimo Nipe, na sua própria coluna “Bagatelas”.
Tudo menos a administração da Casa agrícola de seu pai. A agricultura e o meio rural parecem nunca o ter atraído. Grande parte das propriedades familiares seria alienada, como a Quinta da Capela ou a antiga Casa da Quinta, actualmente Paços do Concelho, adquirida pela Câmara Municipal em Janeiro de 1935, em hasta pública. Por falecimento da sua mulher Alice, os filhos tinham entretanto herdado os três grandes edifícios que circundam a Praça da República.
Em 1927 fixa residência em Coimbra, onde abre escritório de advocacia na Rua da Sofia. Esporadicamente, reside na Figueira da Foz (onde nasce a sua última filha, em 1932) e em Espinho, até fixar-se em Lisboa.
Sempre fiel aos seus ideais monárquicos, era representante do Distrito de Coimbra no Conselho Superior da Política Monárquica. E, em Outubro de 1932, vemos apoiar publicamente, como partidário da Causa Monárquica, o reconhecimento de D. Duarte como sucessor legítimo de D. Manuel II, após a morte do rei.
Casara três vezes. Em primeiras núpcias, em Abrantes a 24.8.1898, antes de concluir a licenciatura, com Alice Adelaide da Cunha Paredes (n. em Coimbra a 9.1.1871 e f. em Góis a 12.8.1921), por quem se teria enamorado quatro anos antes (em Dezembro de 1894, conforme sua confissão numa dedicatória), tendo quatro filhos. O primeiro, Mário, ali nasceria.
A segunda, em Góis, em 28 de Junho de 1924, na Quinta da Capela, com Maria Dulce de Andrade de Freitas, de Coimbra, sem geração.
A terceira vez, em Lisboa, com Ângela Guilhermina Fisher Berquó Poças Falcão Bicudo Correia (5.5.1904 - 4.10.1996), também natural dos Açores, com quem geraria três filhos.
Em muitos aspectos, seria a antítese de seu pai. A actividade agrícola não o seduz, dando primazia à vida académica, ao foro, à política. A terra e administração de propriedades são secundarizadas. Com ele faz-se a transição dos Nogueira Ramos do meio rural para o urbano e, com isso, a decadência patrimonial da Casa familiar.
De forte personalidade, carismático, autoritário, deixa marcas por onde exerceu a sua actividade, travando polémicas acaloradas, num meio muito politizado, como era o da região de Góis.
Faz estudos em Coimbra, terminando a licenciatura em Direito em 1901, seguindo a carreira da advocacia. É Delegado do Procurador Régio em Tábua (1909).
Monárquico convicto, é figura em evidência sobretudo nos primeiros tempos da República, no turbilhão político que então reinava no país, chegando a estar preso, embora por poucos dias, em Julho de 1911.
Tendo falecido seu pai no agonizar da monarquia, a poucas semanas do 5 de Outubro, e herdando, então como filho único, um grande património, não ocupa lugares na vida política local. Em Góis constituem-se várias correntes políticas (eram proibidos partidos monárquicos), não faltando os “adesivos”, antigos monárquicos agora republicanos, os “talassas”, e uma série de arrivistas republicanos. Não havia ali espaço para ele.
Contudo Mário Ramos vem a ser Presidente da Comissão Executiva e depois Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, em 1918-1919, aquando da ditadura militar sidonista. Sidónio Pais, cinco anos mais velho, republicano tardio, fora seu contemporâneo na Universidade de Coimbra (doutorou-se em Matemática em 1898 e ali foi professor, chegando a catedrático e vice-reitor, até à implantação da República) e provavelmente das suas relações pessoais. Preceitos militares e autoritários deviam certamente aproximá-los. Antes, em Janeiro de 1915, vemos Mário Ramos em Coimbra, como tenente de cavalaria, entregar a sua espada ao general de divisão e “declarar-se solidário aos seus camaradas”. Estaria ele envolvido com o pronunciamento militar então em marcha, com o exército disposto a tomar o poder, agrupando monárquicos e militares descontentes, e que levaria à conspiração de Sidónio?
Mantém relações de amizade com figuras de destaque dos meios forenses e políticos, mesmo de campos políticos opostos, como foi com Manuel de Arriaga, primeiro Presidente da República e destacado membro da geração doutrinária do republicanismo português (“…elevado à Presidência, perdemo-nos de vista […] isso não abalou a sua indignação amiga ao saber-me inexplicavelmente preso e impedido de intervir no agravo, pela natureza das suas funções…” – Diário de Coimbra, 3.2.1923).
Passado o período do final da guerra e seus dissabores, depois com a segurança das instituições entregues aos militares, e, por outro lado, perdido em parte o fulgor da sua juventude, Mário Ramos refugia-se no estudo de temas de desenvolvimento regional e problemas da sociedade, sendo colunista, por vezes jocoso, no principal diário do centro, sem deixar a advocacia.
É eleito senador, em 1922, em representação do círculo de Arganil.
Foi um dos impulsionadores dos Congressos Beirões, onde apresenta teses, algumas editadas, tais como “Linhos” (1928) e “Aproveitamento piscícola dos rios das Beiras”.
Seu filho Mário refere que o pai elaborara um grande trabalho manuscrito sobre a economia do concelho, mas ignora-se o seu paradeiro.
É colaborador assíduo do “Diário de Coimbra”, com realce nos anos 1931 e 1932, em editoriais e em coluna sua intitulada “Esboços”, com os pseudónimos Políbio e Somar, abordando o regionalismo, política e aspectos da sociedade. De referir que, na época, sua mulher Ângela também escreve no mesmo jornal, acoberta com o pseudónimo Nipe, na sua própria coluna “Bagatelas”.
Tudo menos a administração da Casa agrícola de seu pai. A agricultura e o meio rural parecem nunca o ter atraído. Grande parte das propriedades familiares seria alienada, como a Quinta da Capela ou a antiga Casa da Quinta, actualmente Paços do Concelho, adquirida pela Câmara Municipal em Janeiro de 1935, em hasta pública. Por falecimento da sua mulher Alice, os filhos tinham entretanto herdado os três grandes edifícios que circundam a Praça da República.
Em 1927 fixa residência em Coimbra, onde abre escritório de advocacia na Rua da Sofia. Esporadicamente, reside na Figueira da Foz (onde nasce a sua última filha, em 1932) e em Espinho, até fixar-se em Lisboa.
Sempre fiel aos seus ideais monárquicos, era representante do Distrito de Coimbra no Conselho Superior da Política Monárquica. E, em Outubro de 1932, vemos apoiar publicamente, como partidário da Causa Monárquica, o reconhecimento de D. Duarte como sucessor legítimo de D. Manuel II, após a morte do rei.
Casara três vezes. Em primeiras núpcias, em Abrantes a 24.8.1898, antes de concluir a licenciatura, com Alice Adelaide da Cunha Paredes (n. em Coimbra a 9.1.1871 e f. em Góis a 12.8.1921), por quem se teria enamorado quatro anos antes (em Dezembro de 1894, conforme sua confissão numa dedicatória), tendo quatro filhos. O primeiro, Mário, ali nasceria.
A segunda, em Góis, em 28 de Junho de 1924, na Quinta da Capela, com Maria Dulce de Andrade de Freitas, de Coimbra, sem geração.
A terceira vez, em Lisboa, com Ângela Guilhermina Fisher Berquó Poças Falcão Bicudo Correia (5.5.1904 - 4.10.1996), também natural dos Açores, com quem geraria três filhos.
Apaixonara-se por Ângela, nas termas das Caldas da Rainha, após ficar viúvo de Alice. Ângela, oriunda de família de prestígio e de grande património na ilha de S. Miguel, tendo ficado órfã do pai aos seis anos, viera do arquipélago, com a sua avó paterna. Para contrariar o namoro com Mário, 27 anos mais velho, a família fá-la regressar aos Açores, então com 18 anos de idade.
O posterior casamento de Mário com Maria Dulce vai permitir o retorno de Ângela ao continente. E, nessa altura, Mário e Ângela reactivam a sua antiga paixão e juntos passam a coabitar, ainda na Quinta da Capela, ao mesmo tempo que decorre o divórcio com Dulce (muito moroso, pois estava em curso o processo da negociação da Concordata com o Vaticano), tendo o casamento sido oficializado, anos mais tarde, em 11.11.1935.
Morre em Lisboa (onde habitava o nº 83, 1º, do primitivo troço da Estrada de Benfica) a 7.12.1938, após repetidos acidentes vasculares, com 61 anos de idade. Ângela fica viúva com três filhos muito jovens e com grandes dificuldades financeiras.
O posterior casamento de Mário com Maria Dulce vai permitir o retorno de Ângela ao continente. E, nessa altura, Mário e Ângela reactivam a sua antiga paixão e juntos passam a coabitar, ainda na Quinta da Capela, ao mesmo tempo que decorre o divórcio com Dulce (muito moroso, pois estava em curso o processo da negociação da Concordata com o Vaticano), tendo o casamento sido oficializado, anos mais tarde, em 11.11.1935.
Morre em Lisboa (onde habitava o nº 83, 1º, do primitivo troço da Estrada de Benfica) a 7.12.1938, após repetidos acidentes vasculares, com 61 anos de idade. Ângela fica viúva com três filhos muito jovens e com grandes dificuldades financeiras.
AS GERAÇÕES POSTERIORES
As cinco posteriores gerações, todas elas permanecendo actualmente connosco, estão discriminadas nas páginas de:
Mário
Rui Manuel
Regina
Maria Camila
(filhos de Alice)
Manuel
Regina Teresa
Maria de São José
(filhos de Ângela)
A sua História será feita em tempo oportuno.
Março de 2012
Mário
Rui Manuel
Regina
Maria Camila
(filhos de Alice)
Manuel
Regina Teresa
Maria de São José
(filhos de Ângela)
A sua História será feita em tempo oportuno.
Março de 2012